domingo, 22 de julho de 2012

FLEXIBILIDADE




“NÃO HÁ QUEM GOSTE DE REPOUSAR SOBRE UM CORAÇÃO DURO”



FLEXIBILIDADE


É o alimento mais importante para quem deseja aprender a adaptar-se bem a novas situações. Retira a rigidez e as couraças acumuladas tanto no corpo físico quanto no corpo mental, emocional e espiritual do ser humano, tornando-o bem integrado e harmonizado consigo mesmo e com o outro.



CUSTO


         O preço que se paga é o de ser rotulado de instável, inseguro e não confiável para aqueles indivíduos que incapazes de rever seus pontos de vista, estabeleceram a rígida regra de que ter personalidade é ser totalmente imutável e previsível. No entanto, um investimento na flexibilidade lhe permitirá conquistar o sabor de poder ser amanhã aquilo que você não é hoje. “Que seja melhor!”.

         Saiba que para nascer o melhor de nós mesmos, é necessário que possamos rever e mudar o que estamos sendo hoje.


TIRA GOSTO



EM CURVA



JAMAIS SE CURVOU

DIANTE DA VIDA

TERMINOU CORCUNDA

TÃO ENCURVADO

CHEIRANDO O CHÃO



QUEM NÃO SE CURVA

ENCURVA

EM CURVAS

DA VIDA

CAPOTA



INGREDIENTES



O fluído da mudança

Paradigmas em pó

Doce humildade



PREPARO



         Se você souber preparar uma gelatina, não terá dificuldades no preparo deste agradável prato.

         Coloque na panela da vida o fluído da mudança. Leve-o ao fogoso desejo aquecendo até borbulhar. Quando estiver fervilhando, acrescente o pó de seus velhos paradigmas, deixando-o dissolver até se transformar num conteúdo novo, gostoso e de sabor inédito. Adoce com humildade para retirar qualquer ranço de rigidez presente no pó de seus antigos paradigmas.

         Acolha este conteúdo na tigela de seu coração e, com a cabeça fria, deixe-o esfriar na geladeira de sua mente até transformar-se numa massa gelatinosa, maleável e flexível que hidratará sua vida com um agradável e novo sabor.


SOBREMESA




DOMADOR DE LEÕES


         Era uma vez um domador de leões. Tudo em sua vida eram leões. A sua missão era domá-los e, para isto, tinha que usar de muita força, e até mesmo de uma dose significativa de violência para manter-se vivo sem o perigo de ser devorado pela fera. Tinha que transformar o indomável em domável, sendo assim, a sua vida eram leões, chicote, força e coragem. A força bruta era a sua segurança, travar-se nela era uma forma de correr menos riscos.

         Eis que um dia apareceu em sua vida um lindo e dócil gatinho querendo carinho e proteção. Mas, como a sua vida era só leões, chicote, força e coragem... Lá se foi o gatinho!






























segunda-feira, 9 de julho de 2012

AMOR


“O AMOR ENCONTRA RAZÕES PARA TUDO, SÓ NÃO ENCONTRA RAZÕES CAPAZES DE EXPLICÁ-LO”


AMOR

         Amor é uma fruta doce, tão doce, que deixa a vida muito doce. O amargo, o salgado, o azedo serão sempre adocicados com a doce essência do amor. Ela possui também um notável poder terapêutico, podendo curar doenças presentes no cerne do indivíduo e da humanidade.



CUSTO




         Você só tem a ganhar com o amor, mesmo que os mal amados digam tratar-se de uma fruta cara e rara. Apesar de muitos desejarem comercializá-la, a fruta do amor é gratuita e não custa nada experimentá-la.



TIRA GOSTO




SE O AMOR FOSSE GENTE




SE O AMOR FOSSE GENTE

SERIA GENTE BOA

NÃO SERIA QUALQUER GENTE

SERIA UM “AGENTE”



AGENTE DA PAZ

AGENTE DA ALEGRIA

AGENTE DA SABEDORIA

AGENTE DA LUZ



NÃO SERIA AQUELA GENTE

QUE NÃO CONSEGUE SER AGENTE

GENTE SÓ

SÓ GENTE



ELE SERIA MUITA GENTE

ELE TERIA MUITOS ENTES

ELE TE TERIA

ELE SERIA





TERIA A TODOS

MAS NÃO SERIA DONO

SERIA DE TODOS

MAS NÃO TERIA DONO



NÃO SERIA APENAS UM CORAÇÃO

SERIA COR E AÇÃO

NÃO APRISIONARIA UM SÓ CORAÇÃO

LIBERTARIA TODOS



SUA RELIGIÃO SERIA ELE MESMO

SUA FILOSOFIA TAMBÉM

REINVENTARIA O MUNDO

E A SÍ MESMO TODOS OS DIAS



SEU TEMPO SERIA AGORA

SEU ESPAÇO SERIA AQUI

AQUI, AGORA

SEM SABER QUANDO E ONDE



SABERIA CORRER RISCOS

TERIA OS PÉS NO CHÃO

TERIA ASAS PARA VOAR

CADA QUAL NO SEU TEMPO



UM ET ELE SERIA

DE MALUCO MUITOS O ROTULARIA

DISCRIMINADO SERIA

E A SUA CRUZ CARREGARIA



CRUZ PESADA QUE SE TORNARIA LEVE

PELA SUA FORÇA

PELA SUA FÉ

PELA SUA CONDIÇÃO



CONDICIONADO A ABRIR-SE

PARA TODOS OS SEXOS, IDADES, RAÇAS E CONDIÇÃO SOCIAL

CONDICIONADO A FECHAR-SE

QUANDO SENTIR VONTADE



SE O AMOR FOSSE GENTE

ELE TERIA UM POUCO DE MIM

ELE SERIA UM POUCO DE MIM

QUE PUDESSE TER E SER UM POUCO DE VOCÊ




INGREDIENTES


Carinho, dedicação e respeito na sua medida certa



MODO DE PREPARAR




O amor não se prepara; colhe. E, para colher é fundamental você saber cultivar a árvore que o germina. Fertilizando esta árvore com carinho, aguando com dedicação e podando quando necessário com o valioso instrumento de respeito, você terá frutos o ano todo.

         Você quer saber onde está plantada a árvore do amor? Está plantada no pomar de seu coração.


SOBREMESA



AUDIÊNCIA COM O AMOR



            O Amor foi intimado a comparecer a uma sessão onde seriam abordados vários processos contra ele. Chegando ao fórum divino dirigiu-se à sala de audiência e sentou à direita do grande e poderoso juiz Deus Pai que apontando para uma pilha de processos o indagou indignado:

— Eu não tenho mais onde enfiar queixas e mais queixas contra a sua pessoa. Criei você com a intenção de descansar-me e não consigo mais parar de ler processos e mais processos contra a sua conduta lá na terra. Não consigo entender o que aconteceu, mas pela primeira vez uma obra minha falhou. Você tem feito justamente o contrário daquilo que eu programei.

         Com uma expressão confusa e ao mesmo tempo decepcionada, o Amor perguntou:

— Existem apenas reclamações a meu respeito? Não existem elogios?

— Existem muitos elogios, mas as reclamações superam os elogios. Eu te programei para ser só benção. Coloquei todas as energias boas presentes em você e não reservei lugar algum dentro de ti para qualquer desavença mínima que seja. Será que algum vírus alterou o meu programa?

— Acho que este vírus não está em mim, mas sim na cabeça das pessoas que me condenam. Conjecturou o Amor.

— Então vamos apurar o que realmente está acontecendo para encontrarmos uma solução para este problema. Deixe-me ver a primeira acusação...

         O Amor dirigiu seu olhar para o infinito e desabafou com perplexidade:

— Quando fui criado e incumbido de realizar a obra mais sublime que o ser humano já teve a oportunidade de receber, jamais imaginaria que poderia ser, um dia, acusado de tantas desventuras.

— Muito menos eu que o concebi como a minha mais valiosa obra. Continuou o Divino. Mas, vamos ao que interessa.

         O Divino retirou da pilha de processos aquele que mais conspirava contra o Amor, denunciando-o:

— Eis aqui o mais grave. Você é acusado de crime hediondo. Tornou-se o responsável por assassinatos, suicídios e guerras. Como você me explica tamanha atrocidade?

         Com tranquilidade, o Amor começou a relatar a armadilha que o ser humano criou contra si próprio usando o seu nome:

— Como sabes, sou a força mais poderosa de transformação. O poder está com aqueles que aprenderam a usufruir a minha energia. Sou um instrumento que não consegue ser utilizado por todas as pessoas. Infelizmente, ainda existem seres limitados que não conseguem nem mesmo me carregar, muito menos me utilizar. No entanto, todos conhecem o meu poder e muitos fingem me possuir com o intuito de sentirem poderosos e manipularem o mundo de acordo com seus desejos. As almas pequenas dizem ter amor e jamais conseguiram sê-lo. Sem poder fazer nada, vi coisas inimagináveis. Vi homens matando a própria mulher e serem absolvidos em meu nome. A própria justiça humana chegou a criar um artifício para dar força ao homem e enfraquecer a mulher permitindo-o cometer crimes passionais em meu nome. Dizem que em nome do amor eles podem limpar a própria honra sujando suas mãos e a própria alma com sangue. Quando a mulher conquistou  um pouco mais de poder, aprendendo a amar e respeitar a si mesma, foi-lhe concedido o mesmo privilégio, na verdade, um sacrilégio. Matar em meu nome cria absolvição e transforma o réu em vítima. Dificilmente, eles permitem ao ciúme, à cólera e à possessividade participar de um julgamento. A presença deles torna o homem fraco e suscetível à punição. Como o perdão se alia ao meu ser, eles fazem questão de me confundir com a tal da absolvição para fazer imperar a injustiça que é justa com os podres e injusta com os puros. E assim, eles continuam matando, usando meu nome e o seu também, meu grande Pai. Alguns países que não conquistaram ainda a sabedoria para negociar e enriquecer com dignidade, chegam a criar guerras em nome do amor à pátria e em nome do amor a Deus. Eles nunca pararam para pensar que quem tem amor à pátria não a destrói. Quem tem amor à pátria se compromete com a construção e para construir sou um ótimo instrumento. Muitos fingem serem donos do meu poder para arrastar os miseráveis de consciência. Manipula-os facilmente, pois quem tem a miséria na consciência aceita qualquer migalha.  Incutem nestes falsas crenças através de uma lavagem cerebral que os impedem  viver a força da fé. Quem tem fé me conhece e jamais me confunde. Criaram até os chamados homens bomba que se explodem em meu nome. Parece que estão explodindo o meu nome, mas jamais conseguirão explodir a minha força.

         Mais aliviado Deus o inqueriu:

— Você sabe como impedir isto?

— Não. Sei apenas que não posso ser extinto. Sei que posso ser um extintor deste incêndio que queima a alma dos fracos e dos desavisados. Mas sei também, que nem todos sabem ou desejam usar um extintor de incêndio. Parecem estar hipnotizados pelo fogo do inferno que os habitam.

— Você conseguiu justificar bem a primeira acusação que lhe foi feita, mas existem outras. Vamos ver as explicações que tem a me dar.

         Acabando de dizer isto, Deus retirou da enorme pilha de processos mais um grosso prontuário de acusações:

— Neste aqui você é acusado de furto. Dizem que anda roubando a liberdade das pessoas.

         O Amor deu uma grande risada e se defendeu:

— O homem é muito esperto! Cria todas as artimanhas para conseguir o que quer. Para um esperto tem sempre um idiota. Os idiotas acreditam que quem ama deve se prender ao objeto amado. Considero objeto todos aqueles que se permitem serem usados pelo outro; deixam de se exercer na vida, de viverem inúmeros prazeres só para terem o que nunca pode ser obtido. Eu posso ser uma presença, mas não posso ser e nem ter um dono nunca. Muitos perdem a liberdade quando encontram um par amoroso, e dizem que foi por uma boa causa. Só que na verdade não encontraram um par amoroso, encontraram um par ciumento. Para não desmascararem o ciúme, chegaram a criar a crença nos ignorantes de que quem não tem ciúme não ama. Senhor,  sabes muito bem que não combino com o ciúme. Ciúme é escravidão e infelicidade e eu carrego a liberdade e a felicidade dentro de mim.

         O Divino foi ficando cada vez mais tranquilo, mas se propôs a continuar a audiência. Retirou mais um processo e com uma expressou de desaprovação o censurou novamente:

— Será que anda atentando contra a moral das pessoas? Não consigo acreditar nisto!

— De que fui acusado agora? Perguntou o Amor.

— Dizem que inúmeras pessoas perderam a cabeça por sua causa chegando a depreciar e humilhar os entes mais queridos e estimados.

         O Amor fez um movimento de desaprovação com a cabeça e se defendeu:

— Nunca ninguém perdeu a cabeça por minha causa. Quem perde a cabeça são pessoas descontroladas e dominadas facilmente pela cólera. No entanto, para não perderem as pessoas que gostam, o ser humano adotou a estratégia de usar o meu nome para justificar suas fraquezas. Se forem verdadeiros e admitirem que foram fracos, descontrolados, insensatos, injustos e maus correrão o risco de perder aquilo que desejam possuir. Por outro lado,  se disserem que foi por amor, a vítima além de conformada é capaz de sentir-se valorizada chegando a permitir, inclusive, novos atentados à sua moral.

— A que ponto o homem chegou... Refletiu em voz alta o Deus Pai nem tanto poderoso para mudar esta situação. Dando continuidade e com expressão assustada relatou mais uma séria acusação:

— Isto é muito sério! Neste aqui você foi acusado de estupro.

— Por esta eu já esperava! Continuou o Amor. Eles conseguiram transformar o corpo num vaso sanitário. Há muitos que se prestam a isto, principalmente as mulheres. Chegaram a desenvolver a crença de que quem ama tem que satisfazer todas as necessidades sexuais do parceiro. Ao invés de fazer amor, fazem sexo por obrigação ou por compulsão e me colocaram neste meio para justificar suas perversidades. O estupro do desejo, do prazer, dos direitos e da dignidade foi criado pela insanidade humana que transformou o indivíduo em objeto de uso e não em um ser de relação.

         Cada vez mais, o Divino se admirava com sua obra chamada Amor e se decepcionava com sua obra chamada Homem. Continuava lendo os processos, não por desconfiar da séria e dedicada conduta do Amor, mas apenas para se dar conta das falcatruas do ser humano.

— Neste aqui você é acusado de danos corporais. Que relação eles conseguiram estabelecer entre você e a agressão física?

— Além de alegarem que perderam a cabeça por minha causa, usam também a chamada educação para justificar uma série de atrocidades contra os mais fracos. As maiores vítimas são as crianças. Muitos educadores acreditam que precisam puni-las e maltrata-las para educá-las. Dizem que quem ama educa. Quem ama educa, mas não desta forma.  Não percebem que estão deseducando e transformando estes pequenos seres em futuros agressores. Ponderou com sabedoria o gracioso sentimento amoroso.

— Olhe este aqui! Atentou o Divino entregando ao Amor mais um grosso processo contra ele. Lendo-o, atentamente, chegou a se exaltar perplexo:

— Me transformei também em explorador? Para não ser frustrado, o ser humano inventou que quem ama dever fazer tudo que o outro quer e se esquecer de si mesmo. Chega a delegar para o outro tarefas simples que até uma criança poderia executar. Sou usado em nome do comodismo e da incapacidade de ser frustrado. Quando o explorado coloca um limite, mínimo que seja, o explorador consegue com grande astúcia faze-lo sentir culpado. Adotam o jargão do tipo “se você me amasse não faria isto”, “se você me amasse faria isto por mim”, “eu larguei tudo por sua causa” e por aí vai... Que fique claro! Não sou eu o explorador, eles é que sabem explorar bem o meu nome para conquistarem o poder que almejam.

— Crime por formação de quadrilha...Que quadrilha você vem comandando? Perguntou, sarcasticamente, o Divino consultando mais um processo.

— Na verdade o homem vem formando verdadeiros exércitos usando o meu nome. Fazem verdadeiras lavagens cerebrais que impedem o discernimento. Estas quadrilhas, ou melhor  dizendo, estes exércitos, cometem diversos crimes contra a humanidade e conseguem ainda serem aplaudidos e reverenciados. Eu não sei como combater esta criminalidade. Eu só sei ser um valioso instrumento contra ela. Acredito que as pessoas bem intencionadas saberão fazer isto. Para isto a sabedoria vai ter que reinar neste planeta que abriga tanta ignorância.

— Tem mais alguma coisa que poderei fazer por você para torná-lo mais forte? Perguntou o Criador.

— Eu sou a força suprema que não precisa se exceder. O ser humano é quem precisa se fortalecer. Quero apenas que registre a minha queixa dentre estes inúmeros processos contra mim. Eu acuso o homem de falsificador. A minha verdadeira identidade tem sido falsificada e utilizada pelos fraudadores. A pena para isto já está sendo cumprida por eles. Estão presos numa cadeia de sentimentos destrutivos que transformou o paraíso que lhes foi oferecido num verdadeiro inferno.

         A fonte criadora do Amor deu um sorriso pronunciando:

— Nunca te vi como um réu. Quis apenas provar a sabedoria da minha obra primorosa. És perfeito demais para ser assimilado profundamente pela tão recente criatura humana. Um dia ela há de compreendê-lo e de utilizar não só o seu nome, mas, principalmente, a sua força para a transformação que se faz necessária à evolução. Devagarinho,  eles irão descobrindo isto. O tempo que destinei para esta descoberta é infinito. Depende deles desejarem dar os primeiros passos. Sei que os processos contra você continuarão chegando, mas a justiça divina tarda, mas não falta.

         Aliviado o Amor fez a sua última pergunta:

— Por que deixas tardar tanto a sua justiça?

— Para dar ao homem tempo de reconhecer os seus erros e mudar de atitude. Tempo não falta a ele, falta apenas o desejo de se transformar.

         E assim Deus e o Amor deram um grande abraço. Naquele momento ficou difícil reconhecer quem era um e outro. Deu apenas para reconhecer uma coisa: DEUS É AMOR!